sábado, 11 de fevereiro de 2023

«FAZER FIGURINHAS» - de uma sessão de Filosofia para Crianças para outras

Numa sessão de Filosofia para Crianças (#FpC) em que perguntei quais os objetivos dos presentes para 2023.
Não, não pense que há ausência de objetivos nestas turmas do 3º e 4º anos. Entrar para a equipa de basquete, aprender a tocar guitarra, tirar boas notas a Português, marcar golos e ganhar à equipa na 2ª volta do campeonato, são apenas os poucos que a minha memória reteve. Estas e um que deteve a minha atenção. «-Fazer figurinhas, muitas! 50... não 200! Ou mais!»
Achei muito curioso e perguntei o que era isso de «fazer figurinhas». Todos quase ao mesmo tempo na sala me explicaram que "figurinhas" é o nome que, no Brasil, se dá àquilo que em Portugal se chama de cromos, que se colam e colecionam em cadernetas.
A velocidade com que todos me explicaram, o som desta rapidez e algumas caras de ...ah, já sabia! fizeram-me compreender que o K. faz mesmo muitas figurinhas e tem inclusivamente cadernetas inteiras totalmente originais.
Pedi-lhe se mas podia mostrar, pois estava muito interessada. Adorei, são lindas e ficam nas fotos abaixo.
Deixei-lhe a ideia - que aqui também partilho convosco - de propor à professora a realização pela turma de uma ou várias cadernetas de figurinhas.
A título de exemplo, As Figurinhas da Justiça - assim como certos elementos compuseram a equipa de futebol da Argentina no último mundial e o Messi não pode faltar, haverá certamente elementos que compõe a Justiça (ou outro tema qualquer que se deseje explorar), sendo que alguns não poderão faltar (condições necessárias vs suficentes que podem ajudar a definir um conceito);
Se assim se entender também poderá trabalhar-se individualmente - As Minhas Figurinhas. Afinal, todos nós somos ou fazemos figurinhas, passamos por situações que nos fizeram ser ou fazer figurinhas, ou temos figurinhas que gostaríamos de ser e outras mesmo de não ser ou fazer.
Penso que a própria expressão «Fazer Figurinhas» tem grandes potencialidades de exploração filosófica. (1. Perceber se no Brasil há também outros sentidos que em Portugal existem para 'fazer figura'; 2. Que expressões e ou sentidos são esses? (Fazer figura, fazer figuras tristes, às vezes há figuras melhores do que outras... 🙂 ); 3. O que significam; 4. Quando acontecem?; 5. Por que acontecem?; 6. São evitáveis?; 7. Como?; 8. Queremos ou devemos evitá-los? Porquê?...
É apenas uma partilha, a meu ver com potencial, por partir de um interesse genuíno e forte de um dos participantes, por permitir uma enormíssima variedade de temáticas e por promover a articulação entre a representação via palavra e via desenho.
Se concretizarem a ideia e desejarem partilhar os resultados da sessão, deixem os V/ comentários.
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