quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Entrevista de Rebecca Newberger Goldstein

Excelente entrevista de Rebecca Newberger Goldstein a propósito do lançamento do livro

Siga o LINK para a entrevista completa.

Excerto:
A related question about the way Plato did philosophy—specifically about the dialogue form. Would it be fair to say that, in some sense, the form in Plato is the content? Or at least that we have to take the form in which he wrote philosophy seriously.
 
I think we have to take the [dialogic] form extremely seriously, and also be very sceptical of [Plato’s] doctrines—all of them, including the forms, the body-soul dualism and so on. Plato tells us, in the Seventh Letter, that he writes philosophy with reservations. But he wrote a lot and he chose the dialogue form, so clearly there is something important, philosophically, that he is telling us there. What I’d like to think [he’s saying] is that we can’t do it [philosophy] alone, it really has to happen in the clash of points of view. The things we really have to examine are so constitutive of our thinking that we’re not aware them, and so you need these other points of view. And I like to think that Plato is also telling us the more diverse the points of view the better.

So you’d be sympathetic to someone like Stanley Cavell who says that philosophy ought to aspire to the condition of conversation?
 
I am, very much. I guess there have been lonely geniuses—Nietzsche was a lonely genius—but even they converse with other philosophers, at least with the texts. When I separate myself from philosophers for too long, I feel the lack, I feel insecure. I need to say something and have one of my abrasive philosophical friends say, “Look, that could mean (a), (b) or (c), and (a) is trivial, (b) is false…” Given that philosophy is argument, you’re not going to test it against empirical reality—you’ve got to test it against other points of view.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Encontros do DeVir Jr - escolas básicas de Loulé & Quarteira

Workshops gratuitos de Voz, Percussão, Música Electrónica, Dança e Filosofia Prática. Para alunos do 3º ciclo; (as inscrições foram prolongadas além de 20 de Out.):
 
«- Vamos fazer explodir Loulé & Quarteira com as tuas ideias!
Queremos fazer contigo um festival marcante, que invada a tua cidade, onde se fale do que normalmente não se discute e se discuta o que normalmente não se fala. Vamos inventar cidades imaginárias, novas e perfeitas, contribuir para que todos criemos de uma consciência cívica e ecológica.»


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Café Filosófico em Guimarães - 6 Novembro - 5ª feira

6 Novembro21h30
C.A.R. (Círculo de Arte e Recreio)
Rua Francisco Agra, n.º 74 (Rua com ligação à Rua Gil Vicente)

 
Mais um desenvolvimento da parceria com a
 ASSP - Associação de Solidariedade Social dos Professores - Delegação de Guimarães.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Filosofia para Crianças no Infantário de Avioso - Santa Maria - Maia

Primeira sessão de FILOSOFIA PARA CRIANÇAS no Infantário de Avioso - Santa Maria da Santa Casa da Misericórdia da Maia.
 
As sessões são destinadas a 2 grupos do último ano do Pré-Escolar (5 anos), com periodicidade semanal e realizadas em regime pro bono.
 
“O fortalecimento do pensamento na criança deveria ser a principal actividade das escolas e não somente uma consequência casual.” M. Lipman

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Quem se importa com o canário do Daniel?

A sessão hoje foi um delírio!
Recebemos a visita de alguns elementos do 2º C, o que animou bastante a conversa.
 
Ainda em torno do ponto de interrogação, e sabendo que «São coisas que usamos para perguntar coisas que queremos saber.» (Adriana) logo ficou claro que «Obrigada.» não quer saber nada, quer apenas dizer que estamos gratos por algo. (A Angelina mudou de ideias e deu um novo exemplo, agora sim, de um pergunta: «Queres ser meu amigo?».)
 
Pois bem, o ponto de interrogação é importante e fazer perguntas também!
 
Surge a discordância, pela voz do Guilherme: «Pode não ser importante. Quando alguém pergunta coisas e já sabe a resposta ou já sabe o que o outro vai dizer, não é importante.»
O Daniel concorda, mas com outra razão - a brincadeira: «Quando perguntamos, na brincadeira, "És maluquinho?" já sabemos que a pessoa não é e estamos só a brincar com ele.» Na verdade não queremos uma resposta.
 
Passemos a um pergunta realmente importante, então: «Será que o meu canário fugiu?». (Daniel)
A não ser que o leitor pense no seu próprio encantador canário imagino que dará menos importância a esta pergunta do que a «Tem a vida sentido?».
Mas, de facto, o Daniel e a sua família adoram o canário, «se ele fugiu pode ser comido por um gato» e «todos os outros pássaros darão bicadas nesse gato!». A pergunta é muito importante pois o seu desfecho pode trazer muita tristeza.
 
Porém, apesar de a Angelina também ter ficado muito triste quando morreu o seu gato e compreender o Daniel, a maioria dos elementos concorda que a pergunta não é importante - para milhões de pessoas no mundo o destino do canário do Daniel não é importante, logo a pergunta não é importante.
 
Entra na sala um elemento novo: o Luís. Excelente! Certamente trará uma ideia nova precisamente por estar totalmente fora do que ali estava em causa!
Infelizmente não. O Luís também não vê a importância da pergunta, pelos mesmos motivos já enunciados - para quase toda a gente no mundo, isso não é importante.
 
E assim se findou a hora desta sessão de Filosofia para Crianças: sem decidirmos claramente se a tão grande tristeza de poucos vale menos ou mais que a indiferença de muitos, mas sabendo que «uma pergunta pode ser e não ser importante ao mesmo tempo, embora para pessoas diferentes» (grupo)!


 
 
Grata a todos pela sessão!!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

IV Encontro de Filosofia para Crianças e Criatividade - 6 e 7 Novembro - Universidade do Minho, Braga

Organização conjunta do Departamento de Filosofia do ILCH-U.Minho
e do projeto filocriatiVIDAde.

- Inscrições abertas!

Lá estaremos com Nuno Paulos Tavares e a comunicação
Fazer Filosofia Com Crianças: níveis de exigência do facilitador.
 
Siga o LINK para o programa completo do evento.
 



terça-feira, 7 de outubro de 2014

Entrevista a antigo coordenador do DSM: “Transformamos problemas quotidianos em transtornos mentais.”

E PARA PROBLEMAS QUOTIDIANOS ESTAMOS CÁ NÓS:
 
Allen Frances dirigiu durante anos o Diagnostic and Statistical Manual (DSM), documento que define e descreve as diferentes doenças mentais. Considerado a bíblia dos psiquiatras, é revisto periodicamente em nome da adaptação aos avanços do conhecimento científico. Frances dirigiu a equipa que redigiu o DSM IV, ao qual se seguiu uma quinta revisão que ampliou enormemente o número de transtornos patológicos.
 
Siga o LINK para a entrevista completa:

Alguns excertos:

"Fomos muito conservadores e só introduzimos [no DSM IV] dois dos 94 novos transtornos mentais sugeridos. Ao acabar, nos felicitamos, convencidos de que tínhamos feito um bom trabalho. Mas o DSM IV acabou sendo um dique frágil demais para frear o impulso agressivo e diabolicamente ardiloso das empresas farmacêuticas no sentido de introduzir novas entidades patológicas. Não soubemos nos antecipar ao poder dos laboratórios de fazer médicos, pais e pacientes acreditarem que o transtorno psiquiátrico é algo muito comum e de fácil solução. O resultado foi uma inflação diagnóstica que causa muito dano, especialmente na psiquiatria infantil. Agora, a ampliação de síndromes e patologias no DSM V vai transformar a atual inflação diagnóstica em hiperinflação."
 
"P. A influência dos laboratórios é evidente, mas um psiquiatra dificilmente prescreverá psicoestimulantes a uma criança sem pais angustiados que corram para o seu consultório, porque a professora disse que a criança não progride adequadamente, e eles temem que ela perca oportunidades de competir na vida. Até que ponto esses fatores culturais influenciam?
R. Sobre isto tenho três coisas a dizer. Primeiro, não há evidência em longo prazo de que a medicação contribua para melhorar os resultados escolares. Em curto prazo, pode acalmar a criança, inclusive ajudá-la a se concentrar melhor em suas tarefas. Mas em longo prazo esses benefícios não foram demonstrados. Segundo: estamos fazendo um experimento em grande escala com essas crianças, porque não sabemos que efeitos adversos esses fármacos podem ter com o passar do tempo. Assim como não nos ocorre receitar testosterona a uma criança para que renda mais no futebol, tampouco faz sentido tentar melhorar o rendimento escolar com fármacos. Terceiro: temos de aceitar que há diferenças entre as crianças e que nem todas cabem em um molde de normalidade que tornamos cada vez mais estreito. É muito importante que os pais protejam seus filhos, mas do excesso de medicação."
 
"P. Em 2009, um estudo realizado na Holanda concluiu que 34% das crianças entre 5 e 15 anos eram tratadas por hiperatividade e déficit de atenção. É crível que uma em cada três crianças seja hiperativa?
R. Claro que não. A incidência real está em torno de 2% a 3% da população infantil e, entretanto, 11% das crianças nos EUA estão diagnosticadas como tal e, no caso dos adolescentes homens, 20%, sendo que metade é tratada com fármacos. Outro dado surpreendente: entre as crianças em tratamento, mais de 10.000 têm menos de três anos! Isso é algo selvagem, desumano. Os melhores especialistas, aqueles que honestamente ajudaram a definir a patologia, estão horrorizados. Perdeu-se o controle."