quarta-feira, 30 de maio de 2012

FILOSOFIA para PAIS e FILHOS

Sábados em Família na Biblioteca Municipal de FARO

 

Sábado - 9 de Junho - 16:00 

 

- Crianças dos 6 aos 8 anos acompanhadas por um adulto.

Inscrição prévia: 3 euros

Conheça a nossa prática filosófica com crianças
A primeira experiência com este modelo de juntar pais e filhos foi numa Oficina de Filosofia para Crianças, no âmbito da celebração do Dia Internacional da Filosofia, no Centro Lúdico de Oliveira de Azeméis - 18 e 20 de Novembro de 2010.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Se eu fosse invisível...

«... usava os sapatos da minha mãe.»
«... fugia de casa e ia para Faro passear.»
«... ia ao circo sem pagar bilhete!»
«... fugia para o Brasil. Eu já estive lá e gostava de voltar.»
«... lia os livros todos da biblioteca! (A Inês até ia ficar assustada porque só via o livro no ar!)»
«... ia passear para Espanha!»
«... matava o diabo. Porque ele faz coisas más!»
A sessão varia a cadência sem abrandar o ritmo.
- Então e matar, não é mau? Há pouco ficaram muito tristes por Giges ter morto o Rei, usando o seu anel mágico...
- Mas o diabo é mau...
- E se o Rei fosse mau?
- Ah!, então já não dizíamos "coitado do Rei"...
O compasso normal volta, depois de nos apercebermos que não sabemos muitas coisas sobre o diabo: está na nossa imaginação? Existe mesmo? Onde mora? Na Terra? Debaixo da terra? Num buraco na terra... (Bem, uma coisa sabemos: Deus mora no céu!)
«... usava a roupa que me apetecesse.»
«... assustava o meu mano.»
«... comia os bolos todos que desejasse.»
«... ia de férias para Búzios!»
«... fazia coisas más.» - uhuuuu - os apupos de quem ouve fazem o Leandro reagir - «Sim!, quando ninguém nos vê fazemos coisas más. Se nos virem fazemos coisas boas!»
É o que o mito platónico em A República (O Anel de Giges)  proporciona, ainda hoje, aos alunos do 1º A e B da EB1 nº 2 de Quarteira.


Obrigada a todos por estas sessões!

Espinosa, o universo-Deus e uma pergunta triste - artigo

Por Nuno Paulos Tavares 
                                                  “Não rir nem chorar, mas compreender.”     Espinosa

Descartes, o racionalista, propôs três tipos de substância: mente, matéria e Deus. Espinosa, o racionalista, argumenta que apenas existe um tipo: Deus. Para Espinosa, Deus não é uma força, pessoa ou princípio que coloca o universo de matéria e mente em existência. Deus é o todo da existência na sua vasta, misteriosa e interconectada totalidade.
Tendo a Geometria como modelo de raciocínio, Espinosa procura fundamentar este panteísmo e todas as suas noções a partir de primeiros princípios. Por exemplo: Deus, sendo perfeito, não pode ser menos do que o universo como um todo. Mente e matéria são, assim, aspectos do universo. Não possuem existência independente. Podemos vê-las como separadas, podemos questionar sobre as suas conexões mas tais questões ligam-se à inevitável ignorância, falibilidade e percepção limitada do humano e não à natureza inerente do universo. Desta forma, de uma estocada, Espinosa afasta a insolúvel questão sobre como corpos e mentes interagem e o papel de um Deus transcendente. Não existe interacção uma vez que não existe separação. Deus é imanente; o universo não pode existir separadamente de Deus pois é Deus.
Para Espinosa, o universo-Deus é uma totalidade e qualquer tipo de separação ou conceptualização é produto de mentes pequenas apreendendo apenas pequenas partes de cada vez. Dividimos o universo em partes, átomos, moléculas, cadeiras, mesas e depois fazemos perguntas sobre como essas partes se interrelacionam. O que esquecemos é que existem partes do universo apenas porque a nossa mente o despedaçou. O universo, qual vasta pintura sem limites, é demasiado para compreendermos, por isso, transformamo-lo num puzzle de biliões de peças, cada peça sendo pequena e simples o suficiente para a nossa mente perceber. E depois perguntamos: Quais as relações entre as peças? Como podemos juntar todas as peças do puzzle?
Na verdade, as peças não se relacionam: não encaixam porque na realidade não existem. Conexões são o que fazemos com a mente e não realidades a serem descobertas no mundo.
O universo pode ser apreendido como uma totalidade mas unicamente um poder infinito pode apreender uma infinita realidade. Tal é Deus, o universo como um todo.
Desde imemoriais tempos e remotas paragens, místicos sempre afirmaram entrever o universo como totalidade interligada. Esta visão e forma de ser foram apresentadas como fonte de cura, força, inspiração e conhecimento. Espinosa não afirma a unidade da existência como resultado de qualquer experiência mística mas a partir da dedução e análise matemática. Tenta mostrar que o que afirma é verdadeiro exactamente do mesmo modo que Euclides deduz regras de geometria a partir de axiomas básicos, com proposições, postulados, provas, definições, lemas e corolários, dispostos sistematicamente, um procedendo logicamente do outro.
Espinosa acreditava que a unidade da existência tinha um valor prático para as pessoas nas suas vidas quotidianas pois a felicidade e a miséria são em larga medida determinadas pela estreiteza da visão que lançamos sobre tudo. A busca desta visão abrangente, análoga à de Deus em sua ambição, abertura da verdadeira comunhão cósmica, tem o poder de tudo pôr em perspectiva e fomentar um adequado sentido de admiração, reverência, humildade, talvez puro delírio, face ao vasto mistério da existência.
Esta visão pode (?) ser bastante para alentar a alma e funcionar como meio de encontrar tranquilidade interior mesmo nas piores circunstâncias. É inegável que a colocação em perspectiva mais abrangente das preocupações individuais tem sido e continuará a ser uma forma de lidar com situações indesejáveis, circunstâncias dolorosas e momentos avassaladores. Os Estóicos fizeram-no, via autodisciplina e controlo dos pensamentos e predisposições autodestrutivas. Segundo Espinosa, a via primeira é um processo de alargamento do nosso entendimento sobre a nossa comunhão com a existência: um passo de aproximação à experiência divina.
Subsumidos numa perspectiva secular, atomizada e individualista da existência, somos impelidos pela insegurança e as nossas vidas uma luta constante para fazer mais connosco e juntar coisas à nossa volta. Ameaças espreitam de todo o lugar. O medo da perda aumenta à medida que mais ganhamos. Tempo, circunstância e outras pessoas são inimigos ou potenciais rivais. Persistimos em tentar acompanhá-los, batê-los, controlá-los, dominá-los. Eventualmente, o tempo irá acabar para nós. Levará tudo que temos e acarinhamos. Somos sozinhos na impermanência das nossas alianças, ligações, triunfos e tragédias.
Por isso, Espinosa! A nossa interacção com a existência assemelha-se a uma dança: mais do que algo a ser atingido, a harmonia é algo percebido. O comportamento ético e cooperativo é inextrincável da nossa visão da subjacente unidade da existência. Agimos bem porque a acção boa é um dos meios para uma vida preenchida e una. Alimentamo-nos de acções boas, do mesmo modo que de pensamentos bons e sentimentos bons.
Alguém que pergunte “Porque tenho de comer?” é, sem dúvida, iludido e ignorante. Onde está o seu insight e apetite? Da mesma forma, uma pessoa que questione “Porque tenho de agir bem?” é tristemente inconsciente das forças unificadoras da existência.

Artigo publicado no Jornal Ecos, Maio 2012

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A função moral (para alguns anagógica) da EDUCAÇÃO por EINSTEIN

“Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto."

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A Filosofia e as sete artes liberais

O jardim das delícias
A Filosofia e as sete artes liberais em Herrad de Hohenburgo
Herrad of Hohenbourg, Hortus Deliciarum, R. GREEN, M. EVANS, CH. BISCHOFF, M. CURSCHMANN (eds.), 2 vol., (Studies of the Warburg Institute 36) The Warburg Institute, London 1979, vol. II, pr. 18.

MEIRINHOS, José – “O sistema das ciências num esquema do século XII no manuscrito 17 de Santa Cruz de Coimbra (Porto, BPM, Geral 21)”. Medievalista [Em linha]. Nº7, (Dezembro de 2009).Disponível em http://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista/. ISSN 1646-740X.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

FILOSOFIA PARA CRIANÇAS - A intuição do inefável

O desafio era enorme. A próxima hora seria dedicada à pesquisa filosófica. 
O que procurámos? Uma definição. Qual? Da BELEZA. 
Não a encontrámos mas todos já sabemos que isso não é o mais importante. 
A Filosofia não é uma aventura em linha recta. A Joana, de oito anos, deu um contributo que a todos intrigou e cuja discussão se tornou A SESSÃO.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Ouvir Schubert lembra-me...




 
«A Minha avó a dançar ballet.»

«Máquinas e formas.»

«O sol a ir-se embora.»

«A minha família, as borboletas, os anjos e Deus.»

- Sessão de Filosofia para Crianças, 1º A da E.B. nº 2 de Quarteira -
PENSO, LOGO VOO!
O mais importante é manter o mais importante 
como mais importante.

O QUE É O MAIS IMPORTANTE ?