segunda-feira, 23 de maio de 2011

- "ÉS FELIZ?" - "MAIS OU MENOS."

Depois de alguns anos de consultas, workshops, formações e diálogos públicos, pronuncio-me.
À pergunta "ÉS FELIZ?", a resposta mais reproduzida é "MAIS OU MENOS", expressão que considero a poster child para a recusa de pensamento.
Já que o tema da FELICIDADE reaparece intensamente no discurso social e filosófico, afigura-se-me surpreendente que talvez a mais existencial das questões seja provavelmente a menos investigada. Assim, deixo a seguinte frase de Paul Valéry (recurso frequente e eficaz em consulta filosófica porque existencialmente reverberante) como orientação e sugestão de critério analítico na investigação da resposta:
"O homem feliz é aquele que ao despertar se reencontra com prazer e se reconhece como aquele que gosta de ser."
A relevância filosófica da pergunta é evidente: uma vez colocada e assumida, abre a crítica a tudo o que somos; a resposta pode condicionar, moldar ou criar todos os momentos que se lhe seguem.
Por Nuno Paulos Tavares