Hoje mais um grupo do 2º ano experimentou Filosofia para Crianças. Ninguém conhecia a palavra, bem como nunca tinha experimentado. Comecei pela divisão etimológica, algo habitualmente ou apreendido, pelas crianças um pouco mais crescidas, ou então intuitivo. Foi intuitivo: a palavra divide-se em Filo | Sofia, que significa amor à sabedoria. (Às vezes há uma Sofia e tudo, na sala!)
Seguiu-se a pergunta: - O que faz alguém que ama o saber?
«procura»; «vai ao dicionário»; «estuda»; «vai à escola»; «pergunta»; ...
facilitadora - Hummm...Quem é que aqui faz perguntas?
grupo - Ninguém! Nós respondemos.
facilitadora - Não fazem perguntas?
grupo - Não, não! Nós respondemos, a professora é que faz perguntas!
Insisti com o grupo e acabaram por perceber que hoje já tinham feito uma pergunta, ou várias, e deram exemplos («Quantos anos tens?»; «Como te chamas?»; «O que é a Filosofia?»... mas esta foi a sua primeira resposta, a mais imediata e até com veemência.
E é sintomático de um paradigma, de uma determinada forma de educar: resultam alunos esponja.