A ideia de que um bom profissional não se forma apenas com cursos técnicos não é de si novidade no universo empresarial. Não será necessário pensar muito para chegar à conclusão de que alguém com mais conhecimentos humanísticos e de cultura geral pode ter mais êxito no mundo dos negócios. A novidade é que as organizações aclamam a necessidade e utilidade deste modelo de formação para os seus colaboradores.
Com os nossos workshops de Prática Filosófica visamos a apropriação e desenvolvimento de competências específicas da Filosofia, capazes de proporcionar e aperfeiçoar a flexibilidade cognitiva, despertar o espírito crítico, a criatividade e a capacidade de abstracção.
A metodologia proposta alicerça-se no diálogo socrático (a Maiêutica como técnica) e na prática continuada do debate de ideias.
Os diferentes exercícios práticos visam o desenvolvimento de diferentes competências filosóficas. Assim, e procurando que os participantes escapem aos modos quotidianos do pensamento, estes serão desafiados a: descobrir o valor da escuta; identificar e produzir Mundividências; discutir diferentes interpretações e a sua legitimidade; elaborar critérios decisionais; identificar pressupostos implícitos em produções orais (suas e dos outros); inferir conclusões; experimentar a imaginação como momento de pensamento criativo; identificar a estrutura lógica do pensamento e descobri-la como instrumento de análise e compreensão e organização do Real (Eu, o Outro, o Mundo).
O objectivo geral da Filosofia nas Organizações é estabelecer a ligação entre o Instrumental e o Substancial. Por Instrumental entende-se a forma habitual de pensar ao nível da Gestão de Empresas. A Filosofia convida a pensar o Substancial, ou seja, o que é importante, imprescindível para o Grupo ou Empresa.
Naturalmente que o pensamento Substancial está presente nas modernas práticas de gestão, mas é actualizado de forma auto-contida ou fechada na própria realidade da empresa (auto-referencial). A mais-valia da intervenção filosófica reside no facto de este pensamento ser externamente provocado e, como tal, aberto a novas possibilidades, ao (ainda) não-pensado.
Este questionamento externo induz a fuga aos modos habituais de pensamento e coloca em causa de forma metodológica o próprio questionamento interno, ou seja, apresenta-se como um meta-questionamento que articula o concreto e o abstracto na busca da melhor relação entre objectivos, práticas e valores.