domingo, 25 de janeiro de 2015

O Fábio Coentrão Foi Vendido ao Real Madrid

A última sessão  de Filosofia para Crianças com o 2º ano foi um pouco irrequieta, dado uns bichinhos carpinteiros que andariam pela sala, com certeza!

Contudo, algumas questões interessantes foram sendo levantadas, seguidas da imediata reacção à tarefas que propus aos elementos da comunidade de investigação (criar um anúncio sobre si próprios): «-Eu não quero ser vendido(a)!!»

Porque é que não se devem vender seres humanos?
E objectos, há problema em vender objectos?
E animais? Porquê?

bichinhos carpinteiros
- Sim. - Não. - Porque vão para uma família que os trata bem. - Mas podem também não ir... - Porque também merecem cuidado. - Mas vender desrespeita. - ...
bichinhos carpinteiros
bichinhos carpinteiros
Lá do fundo: «- Mas vendem-se jogadores. O Fábio Coentrão foi vendido ao Real Madrid; o Moutinho foi vendido ao Mónaco. E o André Gomes que foi para o Valencia.» (R.)

- Ohh! Interessante, então afinal vendem-se pessoas. O que é que eles foram para lá fazer?
- Jogar futebol! É o que eles fazem, é jogar futebol. [dahh]
- E podem usar a roupa que quiserem?

bichinhos carpinteiros
- Siiim. - Nãaao.
bichinhos carpinteiros
bichinhos carpinteiros
 
M. - Não, não podem. É o clube que manda nas camisolas.
facilitadora - Mas, estás a falar nos jogos, em campo?
M. - Sim, não são eles que escolhem.
facilitadora - E quando acabam os jogos? Quando vão para casa, por exemplo?
M. - Ah!, aí vestem a roupa que quiserem.
L. - Há a roupa da pessoa e a roupa do jogador.
facilitadora - Hummm... Percebo. Então compraram a pessoa ou o jogador?
 
bichinhos carpinteiros
- O Jogadoooor!
bichinhos carpinteiros
bichinhos carpinteiros
 
Leram-se os anúncios de cada um e chegou-se a um slogan que benficou no ouvido:
«- Bráz, tu és capaz!»


 
 
Grata a todos pela sessão!
(todos os nomes dos participantes são fictícios)

sábado, 24 de janeiro de 2015

Filosofia com Crianças - 4º ano - QUEM É MAIS LIVRE?

Participação na Semana Cultural do Colégio do Sardão, Vila Nova de Gaia
 
No Dia Internacional da Liberdade propusemos a duas turmas do 4º ano uma investigação filosófica sobre este conceito.
 
O estímulo, provocação e ponto de partida para o pensamento que alimenta o diálogo, foi o episódio da Ilha das Sereias da Odisseia de Homero.
 
Quem é mais livre?
 
Conheça o blog das actividades do 4º B.  Nas suas palavras, um grupo de "crianças alegres, divertidas e com muita vontade de trabalhar!"  Confirmo!
Siga o LINK.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

FILOSOFIA NO PRÉ-ESCOLAR - PARA QUE VIVEMOS?

Enquanto nos dirigíamos à biblioteca do Centro Escolar S. Miguel de Nevogilde para a nossa sessão semanal, diz-me o Alexandre:
- Tenho uma pergunta que o meu pai disse que era boa para a filosofia.
- Óptimo! Diz lá!
- Para que é que andamos aqui?
- Aqui? Na escola? – perguntei.
- Não! Aqui no mundo, na Terra.
- Ah! Essa é uma pergunta muito difícil! As pessoas já a fazem há muito muito tempo.
A Sofia, que ouvia a nossa conversa, disse:
- Não é nada difícil, é muito fácil! Se quiseres podemos responder hoje.
- O que pensam: é uma pergunta difícil?
Os outros meninos (5 anos) dividiram-se entre o sim e o não.
Continuei:
- É uma pergunta interessante para nós?
A resposta em uníssono:
- SIIIIIIIIIIM!
Pois bem! O plano para a sessão fica adiado. Questões mais altas se elevam!
Estava escolhida a questão: PARA QUE VIVEMOS?
Fica o registo das respostas iniciais, matéria do nosso diálogo durante duas sessões.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Encontros do DeVir Jr, O Bairro do Erro



O ciclo de Encontros do DeVir Jr arrancou ontem com os primeiros workshops de cada uma das áreas de criação. Para cada 90 minutos de Voz, Percussão, Música Electrónica ou Dança, houve 30 minutos de Filosofia Prática.
O tema deste primeiro encontro foi o Erro: na direcção da construção de uma cidade utópica, composta por vários bairros, começámos pelo Bairro do Erro.
 
Dada a hipótese de os participantes, à entrada da sala, escolherem sentarem-se no Bairro do Erro ou no Bairro do Certo, todos escolheram o Bairro do Certo.
Quais os seus motivos? Por gostarem de fazer o que é certo, porque está certo fazer o certo e porque devemos fazer o certo.
No entanto, hummm... 

O grupo considera que todos erramos, isso é natural em nós embora não gostemos quando isso acontece.
Afinal, fomos ensinados a fazer as coisas da maneira certa.
 
[Bem, parece pois que todos somos habitantes do Bairro do Erro e queremos viver fora do nosso lugar natural...]
 
Mas... Será que nos ensinam sempre da maneira certa? Talvez não, talvez nos ensinem da maneira que querem ensinar-nos. Ou da maneira que foi convencionada como certa. Ou da maneira que sabem.

Ou talvez certo e errado não existam... Talvez seja isso, cada um tem a sua opinião e temos de respeitá-la.
E se dissermos que não devemos respeitar a opinião de cada um? Estará isso certo? Ou acabamos de encontrar uma linha separadora entre o certo e o errado?
Depende.
Drogar-se está certo ou errado?
Depende.
Matar por puro capricho, está certo ou errado?
Depende.
Depende.
Depende.
Dep... 
 
(O primeiro grupo sai e dirige-se às respectivas áreas de criação.)
 
Continuámos o nosso esmiuçar do Erro: pode ser fatal ou não; pode ser propositado ou não; pode ser colectivo (guerras, atentados, máfia... - de facto, as maiorias ou grupos de variada dimensão, por vezes, erram.) ou pessoal e pode até ter consequências boas (fazer o que nos dá prazer, dialogar mais com um amigo porque ter de lhe pedir desculpas ou não (bem como o certo pode ter consequências negativas - ser demasiado certinho pode ser mau/ aborrecido).
Passámos pela diferenciação entre estar consciente e querer o erro e pela perspectivação do erro em termos morais (dever fazer ou não, por estar certo ou errado) e em termos ontológicos e ou epistemológicos (aquilo que é vs aquilo que não é, respectivamente ser vs não ser; verdade vs falsidade.)
 
O som das vozes na sala ao lado acompanhou-nos até ao momento de os participantes se deslocarem para a Percussão e para a Dança. Mas não sem antes nos deixarem os conceitos que, no seu entender, melhor caracterizaram a sessão:



Até breve, até ao próximo bairro!





sábado, 10 de janeiro de 2015

Café Filosófico - O conhecimento tem limites?

GUIMARÃES - 8 JANEIRO - HOTEL DA OLIVEIRA
 

 
Mais um momento da parceria com a
ASSP (Associação de Solidariedade Social dos Professores) - Delegação de Guimarães

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Bizarrias

Hoje o 2º A conheceu o Leonardo Bizarro. Um menino que tem no sótão um lugar secreto cheio de artimanhas e invenções, onde só a Ágata entra. Tem um caderno com as suas invenções e a receita para inventar que também só à Ágata lê.
 
Por entre o esclarecer de palavras desconhecidas e perguntas como «Porque é que diziam que o Leonardo era bizarro?» (T.) ou como «Porque é que é preciso um código secreto para a nossa invenção?», a comunidade de investigação entrosou-se pelas várias vertentes de exploração da história.
Perguntou, clarificou e ou respondeu e problematizou. Bizarro significa estranho (T.) , ou exquisito (A.); O Leonardo era considerado bizarro porque inventava coisa estranhas e porque não gostava nem de jogar à bola nem de ver televisão e toooda a gente gosta.(grupo) Mas não faz mal não se gostar de ver televisão. (grupo)
Concluímos ainda que podemos inventar coisas estranhas mas que nos dão prazer a criar (T., S. e D.) e que essas coisas até podem ser inúteis. (A.)
 
Em stereo a toda esta informação a acontecer, já o D. tinha ideias mirabolantes de invenções que o faziam andar de um lado para o outro da sala sem parar, ao mesmo tempo que pensava.
 
Aproveitando a junção de nomes de realidades diferentes, ouvidas na história de Leonardo, ou utilizando palavras já conhecidas para novas realidades, criaram-se imparavelmente invenções:
 
Coelhos para ajudar pessoas, que funcionam com amor. Nós damos-lhes amor e eles fazem tudo o que nós quisermos.
O Gamante - um gato que produz diamantes.
O Robot-menina, que serve para fazer brinquedos carregando-se num botão violeta. É feito de ferro.
O Carpé, que funciona a pedal e não polui nem gasta dinheiro em gasolina.
O ARobou, um robot que faz todas as tarefas domésticas na vez do pai ou da mãe. Assim, já podem ficar descansados e brincar com os filhos. Funciona a pilhas com a duração de janeiro a dezembro.
O BoneSol, um boneco feito de sol que serve para fazer rir. Não derrete porque não é feito de neve, mas sim de sol.
A Máouro, uma máquina que funciona a vento e serve para produzir ouro. Colocamos 2kg de ouro na máquina e ela faz 10kg.
E por último a Coiqaija - uma máquina de viajar no tempo que funciona com tecnologia.
 
Caso o leitor esteja interessado em avançar com a produção de uma ou várias destas invenções, está desde já prevenido que todas estão devidamente patenteadas, pois, como vimos no início da sessão, um código secreto para as nossas invenções é muito importante para ninguém roubar ou copiar as nossas ideias. (T. e D.)
 
Obrigado a todos pela sessão e votos de um 2015 criativo!!
LSilva