terça-feira, 31 de janeiro de 2012

CONSULTA FILOSÓFICA: O ARANHIÇO DA DECISÃO

Recurso usado em consulta filosófica quando a questão, confusão ou problema que a origina traz consigo a necessidade de acção num horizonte temporal definido.
 
A sua utilização é precedida (em consulta anterior) pela identificação e formulação do questão e respectiva problematização. 
O objectivo é a ancoragem lógica e existencial da questão, reforçada pela resistência a testes de coerência, razoabilidade (crítica interna) e adequação pessoal (crítica externa). 

Mais informações:

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

THINKING : a matter of the mind

Thinking involves making sense of what we observe, figuring out the consequences of what we do and weighing our opinions (and those of others) to see which ones are reasonable and well grounded. These are universal human tasks. 

How we think about things should not be confused with how we feel about them or our attitudes or appraisals of them. Thinking is a matter of the mind, not of the emotions or will.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida."                                              John Dewey

sábado, 21 de janeiro de 2012

NIETZSCHE - contributos para a consulta filosófica

"Quem atinge o seu ideal, ultrapassa-o precisamente por isso."
Para Além do Bem e do Mal
  • Nietzsche desafia as fantasias da possibilidade ou necessidade de a vida ser justa e gratificante. 
  • A autêntica humanidade exige a descoberta da coragem para enfrentar a realidade e o abandono das aconchegantes narrativas do conforto e consolação.
  • A coragem, carácter ou força para empreender uma autêntica viagem de auto-expressão não estão presentes na maioria de nós.
  • Não existe EU a ser descoberto. O EU (self) deve ser transcendido, abandonado no caminho.
  • Assim, a nossa tarefa não é encontrarmo-nos mas ultrapassarmo-nos. Ou, em linguagem StrarTrekiana : “to boldly go where no man has been before.”
  • Esta ultrapassagem não é a de Schopenhauer e do Budismo, a via da renúncia, do desprendimento. Pelo contrário, Zaratustra insta-nos à auto-afirmação enérgica e intransigente. Arrisca! Faz! Move-te para além do que pensas que sabes que és!
  • Informações sobre consultas de Aconselhamento Filosófico
  • Entrada sobre Nietzsche na Stanford Encyclopedia of Philosophy


            quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

            Uma (boa) sugestão: Enteléquia - Filosofia Prática®



            DICIOPÉDIA 2010
            EDUCARE - O PORTAL DA EDUCAÇÃO
            O SÍTIO DOS MIÚDOS

            O que eu mais gosto é de ser Rei!

            Apenas a sessão de apresentações e já o entusiasmo!
            Com o objetivo de se apresentar perante um auditório, de aplicar as regras da sessão e de praticar a escuta, a tarefa consistia em indicar (e por vezes eleger) o que mais se gosta e o que menos se gosta, com pelo menos uma razão para tal.

            «- O que eu mais gosto é de ser Rei!
            - Uau!… E és Rei de quê?
            - Sou Rei dos reis!
            - E o que há de bom em ser Rei dos reis?
            - É que eles fazem tudo aquilo que eu mando!»  E., 6 anos
            « - O que eu mais gosto é de flores!
            - Tens alguma preferida?
            - Sim, rosas.
            - Mas as rosas têm muitos espinhos… Porque é que gostas de rosas?
            - Por causa das pétalas: são vermelhas e… e… macias!!» C., 6 anos
            « - O que eu mais gosto é de estar com o meu pai. É muito divertido!»  M., 6 anos
            « - O que eu menos gosto é de ficar fechado em casa.
            - Porquê?
            - Porque a minha mãe dorme de dia e eu tenho que ficar fechado em casa. E a minha avó anda sempre lá, de um lado para o outro, e eu é que tenho de tomar conta dela. Porque ela é velhinha!» J., 6 anos
            E acabamos à boa maneira filosófica: «Eu tenho uma pergunta!...» que ficará para a próxima resenha…
            Laurinda Silva,
            Sessão 1, Filosofia para Crianças, 1º ano do 1º CEB, AESLA
            11 e 18 de Janeiro de 2012

            segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

            Aristóteles - contributos para a consulta filosófica

            "A felicidade é uma actividade."
            • Para Aristóteles, tal como para Platão, o indivíduo saudável habita uma cidade saudável. Os dois termos implicam-se e alicerçam-se. Como seres sociais aprendemos mais com e em relação com os outros do que pela introspecção e isolamento.
            • O conhecimento dos universais é possível apenas lidando activamente com particulares. Assim, grande parte do conhecimento exige "fazer". Esta é a forma de garantir uma base empírica real e experienciada a partir da qual podemos extrair conclusões, realizar generalizações e inferir princípios.
            • A vida é um exercício de equilíbrio: um compromisso entre apetites internos em conflito e princípios superiores, preocupações auto-centradas e responsabilidades partilhadas, ideais morais e limitações de carne e osso.
            • A escolha é possível e significativa apenas para os que conseguem exercer controlo sobre as suas paixões. Mas o auto-controlo não extingue as paixões, contém-nas.
            • Ser feliz é ser virtuoso, comprometido, activo.   

              sábado, 14 de janeiro de 2012

              Estoicismo - contributos para a consulta filosófica

              Pontos-chave:
              -A virtude consiste em viver de acordo com a natureza. 
              -O ser humano é perturbado mais pelas suas reacções e expectativas do que pelos próprios acontecimentos.
              -Dominar o desejo, pensar com precisão, realizar deveres são essenciais para a maturidade e bem estar pessoal.
              -É falacioso imaginar, e pouco inteligente esperar, que o mundo se adeque às nossos preferências.

              Como construir sentido para a existência? A proposta estóica  é evitar tornar-mo-nos servos da busca do prazer e usar a virtude como guia. A vida virtuosa é uma vivida de acordo com a natureza. Para o Estoicismo, tal significa viver de acordo com a razão.
              O adequado controlo sobre os pensamentos, sentimentos e acções, o conhecimento do respeito pelo outro bem como o auto-respeito, concedem-nos uma forte noção de identidade e direcção que não pode ser manipulada ou roubada mesmo nas mais injustas e opressivas situações.
                
              Rígidos e exigentes, ao longo dos séculos os princípios estóicos propiciaram um meio de auto-prevenção contra a desintegração face a circunstâncias que ameaçam esmagar o espírito humano.
              O Estoicismo é mais uma estratégia para a sobrevivência do que para a celebração da vida e o perigo da proposta estóica é a produção de uma mentalidade sobrevivalista. O estóico procura a paz, o conhecimento e o auto-controlo mas se tal busca for levada demasiado longe redunda numa opção pela negação da vida.

              Epicteto - "A felicidade não consiste em adquirir nem em gozar, mas sim em nada desejar, consiste em ser livre."
              Marco Aurélio - "O homem comum é exigente com os outros; o homem superior é exigente consigo mesmo."

              Entradas sobre Estoicismo na Stanford Encyclopedia of Philosophy.

              quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

              Filosofia para Crianças e Jovens, José Saramago e a Ilha Desconhecida

              “A ILHA DESCONHECIDA FEZ-SE ENFIM AO MAR, À PROCURA DE SI MESMA.”

              Em mais uma colaboração com o empreendedor Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), a Filosofia associa-se ao teatro de objectos, à dramaturgia e oficinas de escrita para proporcionar a alunos do 3ºciclo uma experiência estético-pedagógica que tem como ponto de partida O Conto da Ilha Desconhecida de José Saramago.
               
              Enteléquia-Filosofia Prática® projectou uma OFICINA PORTÁTIL DE FILOSOFIA de exploração das potencialidades filosóficas da obra.

               - Excertos do conto:
              “Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.”
              “Se não sais de ti, não chegas a saber quem és.”
              “Todo o homem é uma ilha.”
              “Se tenho a linguagem (de marinheiro) é como se o fosse.”

              A OFICINA PORTÁTIL DE FILOSOFIA visitará as seguintes instituições:
              - Colégio Nossa Senhora da Conceição (12 Janeiro)
              - Centro Social de Polvoreira (4 Fevereiro)
              - Colégio de Vizela (13 Fevereiro)
              - Escola da Torre (data a definir)

              Filosofia nas Organizações: competências filosóficas - do Instrumental ao Substancial

              A ideia de que um bom profissional não se forma apenas com cursos técnicos não é de si novidade no universo empresarial. Não será necessário pensar muito para chegar à conclusão de que alguém com mais conhecimentos humanísticos e de cultura geral pode ter mais êxito no mundo dos negócios. A novidade é que as organizações aclamam a necessidade e utilidade deste modelo de formação para os seus colaboradores.
              Com os nossos workshops de Prática Filosófica visamos a apropriação e desenvolvimento de competências específicas da Filosofia, capazes de proporcionar e aperfeiçoar a flexibilidade cognitiva, despertar o espírito crítico, a criatividade e a capacidade de abstracção.
              A metodologia proposta alicerça-se no diálogo socrático (a Maiêutica como técnica) e na prática continuada do debate de ideias.
              Os diferentes exercícios práticos visam o desenvolvimento de diferentes competências filosóficas. Assim, e procurando que os participantes escapem aos modos quotidianos do pensamento, estes serão desafiados a: descobrir o valor da escuta; identificar e produzir Mundividências; discutir diferentes interpretações e a sua legitimidade; elaborar critérios decisionais; identificar pressupostos implícitos em produções orais (suas e dos outros); inferir conclusões; experimentar a imaginação como momento de pensamento criativo; identificar a estrutura lógica do pensamento e descobri-la como instrumento de análise e compreensão e organização do Real (Eu, o Outro, o Mundo).
              O objectivo geral da Filosofia nas Organizações é estabelecer a ligação entre o Instrumental e o Substancial. Por Instrumental entende-se a forma habitual de pensar ao nível da Gestão de Empresas. A Filosofia convida a pensar o Substancial, ou seja, o que é importante, imprescindível para o Grupo ou Empresa.
              Naturalmente que o pensamento Substancial está presente nas modernas práticas de gestão, mas é actualizado de forma auto-contida ou fechada na própria realidade da empresa (auto-referencial). A mais-valia da intervenção filosófica reside no facto de este pensamento ser externamente provocado e, como tal, aberto a novas possibilidades, ao (ainda) não-pensado.
              Este questionamento externo induz a fuga aos modos habituais de pensamento e coloca em causa de forma metodológica o próprio questionamento interno, ou seja, apresenta-se como um meta-questionamento que articula o concreto e o abstracto na busca da melhor relação entre objectivos, práticas e valores.

              terça-feira, 10 de janeiro de 2012

              ÉTICA E RAZÃO: RAZÃO COMUNICACIONAL

               A pretensão de universalidade centrada na intersubjectividade da comunicação.

              "(É na) diferença importante entre um consenso factual e um consenso racional, entre um acordo contingente de interesses que se conjugam, ou mesmo que se conciliam (...) e um acordo fundado na adesão a argumentos que são considerados como os melhores (...), que a discussão se junta à razão prática e que,então, podemos falar de razão comunicacional.
              Enuncia-se (o princípio da discussão) do seguinte modo: Só podem pretender à validade as normas que possam receber a concordância de todos os interessados, enquanto que participantes numa discussão prática."

              J-L. Ferry, As Virtudes da Discussão, in E.Morin e I.Prigogine, A Sociedade em Busca de Valores, Instituto Piaget, Lisboa, p.215

              quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

              Homem: universal, ilimitado e livre - a unidade do humano como princípio supremo da Filosofia

              O homem de nenhum modo se distingue do animal só pelo pensamento. Pelo contrário, o seu ser total é que o distingue do animal. Sem dúvida, aquele que não pensa não é homem algum; não é porque o pensamento seja a causa do ser humano, mas unicamente porque é uma consequência e uma prioridade necessária do mesmo ser humano.
              Por conseguinte, não precisamos aqui de sair do domínio da sensibilidade para reconhecer no homem um ser superior aos animais. O homem não é um ser particular como o animal, mas um ser universal, por conseguinte, não é um ser limitado e cativo, mas um ser ilimitado e livre; com efeito, a universalidade, a ilimitação e a liberdade são inseparáveis. E esta liberdade não reside numa faculdade particular, na vontade, da mesma maneira que esta universalidade não se situa numa disposição particular da faculdade de pensar, na razão – esta liberdade, esta universalidade estende-se ao seu ser total. (…)
              A arte, a religião, a filosofia ou a ciência são apenas as manifestações ou revelações do ser humano verdadeiro. Homem perfeito e verdadeiro é apenas quem possui o sentido estético ou artístico, religioso ou moral, filosófico ou científico - o homem em geral somente é aquele que nada de essencialmente humano exclui de si mesmo. Homo sum, humani nihil a me alienum puto – esta frase, tomada na sua significação mais universal e mais elevada, é a divisa do novo filósofo. 
              (…) O princípio supremo e último da filosofia é, pois, a unidade do homem com o homem. Todas as relações fundamentais – os princípios das diferentes ciências- são unicamente espécies e modos diferentes desta unidade.

              Ludwig Feuerbach, Princípios da Filosofia do Futuro e Outros Escritos, Edições 70, Lisboa, pp.96-99.

              A felicidade como posse e exercício das faculdades humanas e compreensão do mundo

              O ódio à razão, tão frequente nos nossos dias, é devido em grande parte ao facto dos movimentos da razão não serem concebidos duma forma suficientemente fundamental. O homem dividido contra si mesmo procura estímulos e distracções; ama as paixões fortes, não por razões profundas, mas porque momentaneamente lhe permitem evadir-se de si próprio e afastam dele a dolorosa necessidade de pensar.
              Toda a paixão é para ele uma forma de intoxicação, e desde que não pode conceber uma felicidade fundamental, a intoxicação parece-lhe o único alívio para o seu sofrimento. Isso, no entanto, é o sintoma duma doença de raízes profundas. Quando não há tal doença, a felicidade provém da plena posse das suas faculdades. É nos momentos em que o espírito está mais activo, em que menos coisas são esquecidas que se sentem alegrias mais intensas. Esta é, sem dúvida, uma das melhores pedras de toque da felicidade. A felicidade que exige intoxicação de não importa que espécie, é falsa e não dá qualquer satisfação. A felicidade que satisfaz verdadeiramente é acompanhada pelo completo exercício das nossas faculdades e pela compreensão plena do mundo em que vivemos.

              Bertrand Russell, A Conquista da Felicidade

              domingo, 1 de janeiro de 2012

              A especial vocação da Filosofia

              “To create a dialogue between reason and the heart, by raising heart-breaking questions, seems to me to be one way to describe the special vocation of philosophy.”    Jerome Miller, In The Throe of Wonder, p. 168